O Transporte Coletivo Impecável: Até onde é responsabilidade da Autarquia e até onde é responsabilidade do usuário? - por Freddy Mendes
Olá amigos, boa tarde!!! Hoje postando atrasado por motivos de força maior, mas mesmo assim postando. E hoje vamos com um texto de autoria de Freddy Mendes, onde ele faz uma análise sobre o transporte coletivo. Sem mais delongas, vamos ao texto. Boa leitura a todos!!!
Mobilidade Urbana: Um tema que tem ganhado a atenção das pessoas, até pela implantação de muitos BRTs, seguindo o modelo de Curitiba (que cá entre nós, se não fosse à briguinha política continuaria o melhor do país), obras em prol da copa e tudo mais. Concessão de Metrô, VLT, obras do tipo. E o que tem de gente que virou especialista de uma hora para outra não é brincadeira. Até a imprensa dá seus palpites. Mas o que me incomoda mais nisso tudo é que, infelizmente, tudo agora é peixe eleitoral. O tema popularizou, a copa foi embora. E aqui em Belo Horizonte, o BRT Move ficou.
Mobilidade Urbana: Um tema que tem ganhado a atenção das pessoas, até pela implantação de muitos BRTs, seguindo o modelo de Curitiba (que cá entre nós, se não fosse à briguinha política continuaria o melhor do país), obras em prol da copa e tudo mais. Concessão de Metrô, VLT, obras do tipo. E o que tem de gente que virou especialista de uma hora para outra não é brincadeira. Até a imprensa dá seus palpites. Mas o que me incomoda mais nisso tudo é que, infelizmente, tudo agora é peixe eleitoral. O tema popularizou, a copa foi embora. E aqui em Belo Horizonte, o BRT Move ficou.
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Avenida Santos Dumont, no Centro de BH. O fluxo da avenida passou a ser exclusivamente do MOVE. Foto: Luísa Zottis/EMBARQ Brasil
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E foi o grande divisor de águas de Belo Horizonte. Porque finalmente o BHBUS conseguiu bater sua meta, que é implantar o modal tronco-alimentador. 18 anos depois de sua implantação... Mas é aquele velho ditado: Antes tarde do que nunca. Talvez você, caro leitor, tenha consciência da importância desse modelo. Talvez não tenha a menor ideia do que eu estou falando. Mas é importantíssimo lembrar que Belo Horizonte precisa pra ontem ampliar o que já foi começado e claro, ter muitas melhorias e manter seu potencial pra tirar de Curitiba o posto de melhor BRT do Brasil.
“Mas Freddy, isso é possível?”
Sim, é. Estruturalmente falando, o Move é mais flexível do que o BRT de Curitiba, do Rio de Janeiro, entre outros. Isso dá um poder que os outros sistemas não têm que é de estabelecer conexões diretas entre os vários corredores da cidade. Parece pouco, mas dá um leque de opções para o cara que tem que desenvolver e projetar todo o sistema. E dá condições também para que a população em si tenha iniciativa em participar do sistema, propondo novas linhas, sugerindo trajetos, ligações e coisas do gênero. É lindo. E depois, o Sistema de Curitiba vem num declínio assustador, por conta de desavenças políticas.
Entretanto, eu vejo muita gente reclamando mundos e fundos do transporte coletivo por ônibus de uma maneira geral. Mas não movem um único dedo para mudar o que está ruim. Especialmente quando se tem tantas possibilidades como há no Move. O que eu vejo são pessoas reclamando ao vento. E reclamar ao vento, não dá.
Eu falo disso porque senti no Move parte da solução para o caos que era o transporte coletivo de Belo Horizonte. Tanto que fiz sugestões pontuais, que foram encaminhadas. Sugestões que a meu ver tornariam o sistema completamente integrado, permitindo com que o cliente do sistema consiga ir do Pedra Branca (extremo norte) até o Alameda da Serra (extremo sul) na mesma tarifa. Falo isso não com intuito de me gabar ou coisas do tipo, mas pra levantar uma questão que no fundo é interesse de todo mundo, mas ninguém tira tempo pra debater: O quão participativo nós somos nessa questão? O que nós fazemos de efetivo ao invés de reclamar aos quatro cantos que o sistema esta ruim?
Nada.
Pois é, NADA. O pior é que, além disso, as pessoas meio que
“se desculpam” se baseando no argumento de que se fosse Metrô seria diferente.
Eu acho que não. Digo mais, eu TENHO CERTEZA que não. Por duas razões:
1º - Ou são muito manipulados por meia dúzia de gatos
pingados, ou não há o mínimo de interesse em saber qual é a real essência do
tema. O importante de todo conceito não é envolver Metrô, BRT, ônibus
convencional, Monotrilho, VLT e afins. O que tá todo mundo esquecendo é que qualquer
sistema de transporte coletivo, independente de seus modais, precisa garantir que o cliente do sistema
se desloque de qualquer lugar para qualquer lugar numa mesma tarifa. Vai
além de um simples “se mover”. E a escolha entre um BRT ou Metrô é uma discussão
secundária, que vai com as características de cada cidade. E hoje, BH começa a
ganhar isso.
2º - A falta pela busca de informações e consequentemente
suas conclusões sem fundamento. Também conhecido como o papel de palhaço. Tem gente que adora fazer isso. Especialmente
quando se trata do entrave da obra do Metrô. Há quem diga que a L1 não chega a
Betim porque a Santa Edwiges não deixa, e que o SETRA-BH não deixa o metrô ser
expandido na capital. E nessas vezes eu me sinto como se eu fosse a única pessoa
capaz de pensar nessas horas. Eu vou levar a questão por um único lado. Se isso
não for o suficiente, você não tem salvação: Acham mesmo que o SETRA-BH,
passando o aperto que tá passando por conta de um arremate de veículos que
girou em torno de 300 milhões de reais vai ter condições financeiras de impedir
uma obra bilionária, como é a do Metro-BH? Só precisamos dessa resposta.
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Foto: Luísa Zootis/EMBARQ Brasil |
É rapaz, cada criança igual a essa que está na foto saiu em
média 700 mil reais. Temos quase 200 veículos desse tipo para o serviço.
E aqui, por não ser o tema principal do blog, nem convém
entrar no lado técnico sobre o Metrô. Aí, numa cultura
onde a gente vive esperando que o governo dê as coisas pra todo mundo ao invés
de tomar uma iniciativa, é melhor acreditar numa situação autoimune, que é a
teoria da conspiração, do que se levantar, e pensar alguma coisa. Eu fiz. O
Eric Fez. E aí, vai fazer também ou vai reclamar da vida o tempo todo? Por mais
que a sua ideia possa parecer inviável naquele momento, dela pode nascer algo
que vá melhorar a vida de outras pessoas. Por isso, não se acanhe. Sabe aquela
ideia que você tem? Trabalha nela, vê locais, entenda demanda, mande pra
autarquia e coisas do tipo. Vai lá e prova que sua ideia vale a pena. De
repente, juntar a associação de moradores no meio. Faça qualquer coisa. Mas
faça alguma coisa. É melhor do que ficar reclamando para o vento de que as
coisas estão ruins.
Outra coisa: Não faça por mim. Faça por você. Afinal, a
responsabilidade da Autarquia e do Município é de fazer funcionar. A
responsabilidade por opinar e dar ideias é sua.
Por enquanto é só, galera.
Abraços,
Freddy Mendes.
Agradeço a todos por ter prestigiado o texto do Freddy, peço desculpas pelo atraso, abraços e até a próxima!!!
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