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Campanha "Eu Não Mereço Ser Queimado" - Por Felipe Vitor e Tayná Alencar

Boa noite pessoal! Diferentemente dos demais meses, onde geralmente busólogos a convite produzem textos sem assuntos pré-definidos para o blog, neste mês convidamos o grupo de busólogos paulistas que idealizaram a campanha "Eu Não Mereço Ser Queimado" para falarem da campanha. Boa leitura a todos!!! (P.S.: Nesta postagem, os padrões que eu uso não devem ser levados em consideração)

  • A CAMPANHA

           A campanha “Eu Não Mereço Ser Queimado” surgiu após o motorista da Viação Santa Brígida, John Carlos Brandão de Andrade, de 42 anos, ser queimado por vândalos dentro do coletivo de onde ele trabalhava, no bairro do Jaraguá, na Zona Norte paulistana. Funcionários da mesma empresa onde o motorista trabalhava mobilizaram-se contra a violência urbana sofridos frequentemente e utilizaram cartazes e protestos para chamar a atenção das autoridades.
Ônibus totalmente destruído pelas chamas após ataque de criminosos no bairro do Jaraguá, Zona Norte de São Paulo, em 18 de outubro de 2014.  Este coletivo era o instrumento de trabalho do motorista John Carlos Brandão de Andrade, de 42 anos, que foi queimado junto com o mesmo e faleceu quatro dias depois de sofrer queimaduras de 3° grau.
         Após o falecimento do condutor, no dia 22 de outubro de 2014, funcionários de várias empresas de ônibus da cidade abraçaram a causa e fizeram manifestações por toda a parte, cobrando os governantes por mais segurança no trabalho.
           Mais tarde, alguns entusiastas do transporte se sensibilizaram com a campanha e a morte trágica de John, assim criando a página “Eu Não Mereço Ser Queimado” no Facebook e compartilhando fotos e informações nas redes sociais.
          O objetivo da campanha é conscientizar a população, de que queimar ônibus pode gerar prejuízos, tanto para as empresas quanto para os próprios usuários e funcionários castigados pela violência, além de cobrar as autoridades punições mais severas para quem comete o crime de  vandalismo e/ou assassinato, de acordo com o Artigo 163, do  Código Penal Brasileiro.

Veículo da Santa Brígida sendo incendiado em São Paulo.
  • CASO JOHN CARLOS BRANDÃO
Motorista John Carlos Brandão
 No dia 18 de outubro de 2014, o motorista John Carlos segue para mais um dia de trabalho, na linha 8047/41 (Jaraguá – Metrô Vila Madalena), a de costume.  Por volta das 18h30 daquele sábado, John estava trafegando pela Estrada Turística do Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo quando um grupo de oito pessoas obrigou o motorista a parar o ônibus em que guiava. Assim que parou o coletivo, os moradores logo obrigaram todos a desembarcarem e espalharam combustível pelo mesmo. John, que precisou voltar ao veículo para tentar salvar seus pertences, foi impedido pelos meliantes, que jogaram gasolina em seu corpo e atearam fogo junto ao seu instrumento de trabalho, ficando com 80% do corpo queimado. John não resistiu e faleceu quatro dias após ficar internado em estado crítico no Hospital São Mateus, na Zona Leste paulistana.
          Ele era casado e pai de cinco filhos. Atualmente, a família sobrevive de ajuda de doações e com muitas carências. 
  •  CAUSAS
Vários veículos incendiados na cidade de São Paulo.
                  Entre 2014 e o primeiro semestre de 2015, mais de 300 veículos foram vandalizados somente na cidade de São Paulo, sendo 176 coletivos queimados até então. Os principais motivos dos incêndios são:
 - Morte de morador de uma determinada região, principalmente por reação a operações da polícia; Populares se revoltam para pedir justiça e descontam a vingança queimando ônibus, acreditando que dessa forma irão chamar a atenção do Governo;
- A precariedade dos serviços públicos, como falta de luz e de água, enchentes, falta de saneamento básico, entre outras coisas.
          No meio desse fogo cruzado entre policiais e justiceiros, estão os trabalhadores que dependem do transporte público para ganhar o pão de cada dia. 
Além de circularem com medo, os usuários do transporte coletivo sofrem com a diminuição do número da frota circulante e com a mudança de percurso de algumas linhas (estratégia usada por algumas empresas para tentar fugir da violência). Para as empresas que operam o sistema de transporte, os atos geram perda financeira – e o prejuízo não é pequeno - já que o preço dos coletivos varia de R$ 300 mil a R$ 1 milhão.
Valorize seu bem público, não vandalize nem destrua o que é seu. Vandalismo é um ato egoísta e irracional, que poderá prejudicar milhares de pessoas, inclusive a você mesmo.
Muito obrigado por terem lido, curtam a página no Facebook e divulgue a seus amigos. Até a próxima!!!

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